domingo, 17 de agosto de 2014

PÁSSARO DE FOGO

O Pássaro de Fogo

        O Pássaro de Fogo é uma das figuras mais famosas do folclore cariaciquense, sua lenda lembra a origem de Rudá, o deus tupi do amor, que havia surgido para ser o mensageiro entre o sol e lua, assim como despertar o amor no coração das mulheres.
     Segundo a lenda, onde hoje ficam as cidades de Cariacica e Serra, vivam duas tribos rivais. O chefe da tribo que habitava Cariacica teve uma filha lindíssima, esta princesa veio a se apaixonar por um valente guerreiro da tribo rival.
         Dos céus, uma ave fantástica via o sofrimento do casal e seu amor proibido, decido a ajudar, o enorme pássaro levava princesa índia até o encontro de seu amado, mas mesmo com a ajuda sobrenatural, os jovens foram descobertos. O chefe da tribo irado pediu a um poderoso xamã que fizesse um feitiço para que os amantes jamais se encontrassem de novo , o velho curandeiro implorou aos deuses tal provisão e os deuses foram extremamente severos, eles prenderam os jovens amantes em prisões de pedra, transformando a princesa no Monte Moxuara e o guerreiro no Monte Mestre Álvaro, condenados a estar um de frente ao outro pela eternidade, mas sem se tocarem ou se falarem. Talvez por arrependimento das tribos ou dos deuses, os espíritos que habitam as florestas do Moxuara fizeram outro encanto. Uma vez por ano os jovens amantes se libertariam de sua prisão de pedra e o pássaro encantado lhes serviria por mensageiro, a ave fantástica se converteu em fogo e no dia 24 de junho é possível ver o pássaro de fogo rasgar os céus levando as eternas promessas de amor da princesa e do guerreiro.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

PIRATAS DE AVALÓN - ALÉM DOS CONTOS

Além Dos Contos
Piratas de Avalón
Compositor: Adriah Esteves









Há tempos, venho procurando a ti
Na música,em canções que eu escrevi

Há tempos,venho procurando a ti
Minha alma perdida,que andava por ai

Por reinos encantados,cavalos alados
Além das estrelas,além....

Dos contos de pirata, fadas e princesas
De mil andaluzas, bailando na areia
Poema de anjos,lendas de sereias
Impérios,palácios, magias e realezas

Há tempos, venho procurando a ti
Em livros que eu li,de ficção,romance

Que transcendem,ascendem que vão além
Além...

Dos contos de pirata, fadas e princesas
De mil andaluzas, bailando na areia
Poema de anjos,lendas de sereias
Impérios,palácios, magias e realezas (2x)

Diri,diri,di,di,di...
Nosso amor vai além dos sonhos,dos contos...

SABINO, FERNANDO - O GATO SOU EU

"O GATO SOU EU"
FERNANDO SABINO

- Aí então, eu sonhei que tinha acordado. Mas continuei dormindo.
- Continuou dormindo.
- Continuei dormindo e sonhando. Sonhei que estava acordado na cama, e ao lado, sentado na cadeira, tinha um gato me olhando.
- Que espécie de gato?
- Não sei. Um gato. Não entendo de gatos. Acho que era um gato preto. Só sei que me olhava com aqueles olhos parados de gato.
- A que você associa essa imagem?
- Não era uma imagem: era um gato.
- Estou dizendo a imagem do seu sonho: essa criação onírica simboliza uma profunda vivência interior. É uma projeção do seu subconsciente. A que você associa ela?
- Associo a um gato.
- Eu sei: aparentemente se trata de um gato. Mas na realidade o gato, no caso, é a representação de alguém. Alguém que lhe inspira um temor reverencial. Alguém que a seu ver está buscando desvendar o seu mais íntimo segredo. Quem pode ser essa alguém, me diga? Você deitado aí nesse divã como na cama em seu sonho, eu aqui nesta poltrona, o gato na cadeira… Evidentemente esse gato sou eu.
- Essa não, doutor. A ser alguém, neste caso o gato sou eu.
- Você está enganado. E o mais curioso é que, ao mesmo tempo, está certo, certíssimo, no sentido em que tudo o que se sonha não passa de uma projeção do eu.
- Uma projeção do senhor?
- Não: uma projeção do eu. O eu, no caso, é você.
- Eu sou o senhor? Qual é, doutor? Está querendo me confundir a cabeça ainda mais? Eu sou eu, o senhor é o senhor, e estamos conversados.
- Eu sei: eu sou eu, você é você. Nem eu iria pôr em dúvida uma coisa dessas, mais do que evidente. Não é isso que eu estou dizendo. Quando falo no eu, não estou falando em mim, por favor, entenda.
- Em quem o senhor está falando?
- Estou falando na individualidade do ser, que se projeta em símbolos oníricos. Dos quais o gato do seu sonho é um perfeito exemplo. E o papel que você atribui ao gato, de fiscalizá-lo o tempo todo, sem tirar os olhos de você, é o mesmo que atribui a mim. Por isso é que eu digo que o gato sou eu.Image result for GATO DEITADO NO SOFÁ
- Absolutamente. O senhor vai me desculpar, doutor, mas o gato sou eu, e disto não abro mão.
- Vamos analisar essa sua resistência em admitir que eu seja o gato.
- Então vamos começar pela sua insistência em querer ser o gato. Afinal de contas, de quem é o sonho: meu ou seu?
- Seu. Quanto a isto, não há a menor dúvida.
- Pois então? Sendo assim, não há também a menor dúvida de que o gato sou eu, não é mesmo?
- Aí é que você se engana. O gato é você, na sua opinião. E sua opinião é suspeita, porque formulada pelo consciente. Ao passo que, no subconsciente, o gato é uma representação do que significo para você. Portanto, insisto em dizer: o gato sou eu.
- E eu insisto em dizer: não é.
- Sou.
- Não é. O senhor por favor saia do meu gato, que senão eu não volto mais aqui.
- Observe como inconscientemente você está rejeitando minha interferência na sua vida através de uma chantagem…
- Que é que há, doutor? Está me chamando de chantagista?
- É um modo de dizer. Não vai nisso nenhuma ofensa. Quero me referir à sua recusa de que eu participe de sua vida, mesmo num sonho, na forma de um gato.
- Pois se o gato sou eu! Daqui a pouco o senhor vai querer cobrar consulta até dentro do meu sonho.
- Olhe aí, não estou dizendo? Olhe a sua reação: isso é a sua maneira de me agredir. Não posso cobrar consulta dentro do seu sonho enquanto eu assumir nele a forma de um gato.
- Já disse que o gato sou eu!
- Sou eu!
- Ponha-se para fora do meu gato!
- Ponha-se para fora daqui!
- Sou eu!
- Eu!
- Eu! Eu!
-Eu! Eu! Eu!Image result for GATO DEITADO NO SOFÁ

RAUL SEIXAS - PARE O MUNDO QUE EU QUERO DESCER

PARE O MUNDO QUE QUERO DESCER

RAUL SEIXAS

Pare o mundo que eu quero descer
Por que eu não aguento mais escovar
Os dentes com a boca cheia de fumaça
Você acha graça por que se esquece que
Nasceu numa época cheia de conflito entre raças
Pare o mundo que eu quero descer
Por que eu não aguento mais tirar fotografias
Pra arrumar meus documentos
É carteira disso, daquilo que ja até
Amarelou minha certidão de nascimento


E ainda por cima:
Ter que pagar pra nascer,
Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer
Ter que pagar pra nascer,
Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer
Pare o mundo que eu quero descer
Por que eu não aguento mais esperar
O Corinthians ganhar o campeonato
E trabalhar feito um cão pra pagar multas, impostos,
Pedágios pra poder engordar os crapus
Pare o mundo que eu quero descer
Por que eu não aguento mais noticias de
Corrupção, violencia que não param de aumentar
E pensar que a poluição contaminou até as
Lágrimas e eu não consigo mais chorar
E ainda por cima:
Ter que pagar pra nascer,
Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer
Ter que pagar pra nascer,
Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer
Tá tudo errado, tá tudo errado
Desorientado, cego vivo enquanto eu vou
Ficando aqui parado
Tá tudo errado, tá tudo errado

Eu só quero ter você comigo e mandar
O resto tudo pros diabos

Tá tudo errado, tá tudo errado
Desorientado, cego vivo enquanto eu vou
Ficando aqui parado
Tá tudo errado, tá tudo errado
Eu só quero teu amor aqui comigo e mandar
O resto tudo pros diabos
Tá tudo errado, tá tudo errado
Desorientado, cego vivo enquanto eu vou

Ficando aqui parado
Tá tudo errado, tá tudo errado
Tá tudo errado, tudo errado
Tá tudo errado, tudo errado
Tudo Errado
         

LUIZ FERNANDO - ACORDANDO DE BOM HUMOR

          
ESCOLHA O LADRÃO DA SUA PREFERÊNCIA:  

                                           A                                    OU                                     B
             


sábado, 27 de novembro de 2010
Assalto a Banco

Alô? Quem tá falando?
— Aqui é o ladrão.
— Desculpe, a telefonista deve ter se enganado, eu não queria falar com o dono do banco. Tem algum funcionário aí?
— Não, os funcionário tá tudo refém.
— Há, eu entendo. Afinal, eles trabalham quatorze horas por dia, ganham um salário ridículo, vivem levando esporro, mas não pedem demissão porque não encontram outro emprego, né? Vida difícil... mas será que eu não poderia dar uma palavrinha com um deles?
— Impossível. Eles tá tudo amordaçado.
— Foi o que pensei. Gestão moderna, né? Se fizerem qualquer crítica, vão pro olho da rua. Não haverá, então, algum chefe por aí?
— Claro que não mermão. Quanta inguinorânça! O chefe tá na cadeia, que é o lugar mais seguro pra se comandar assalto!
— Bom... Sabe o que que é? Eu tenho uma conta...
— Tamo levando tudo, ô bacana. O saldo da tua conta é zero!
— Não, isso eu já sabia. Eu sou professor! O que eu queria mesmo era uma informação sobre juro.
— Companheiro, eu sou um ladrão pé-de-chinelo. Meu negócio é pequeno. Assalto a banco, vez ou outra um seqüestro. Pra saber de juro é melhor tu ligá pra Brasília.
— Sei, sei. O senhor ta na informalidade, né? Também, com o preço que tão cobrando por um voto hoje em dia... mas, será que não podia fazer um favor pra mim? É que eu atrasei o pagamento do cartão e queria saber quanto vou pagar de taxa.
— Tu tá pensando que eu tô brincando? Isso é um assalto!
— Longe de mim pensar que o senhor está de brincadeira! Que é um assalto eu sei perfeitamente; ninguém no mundo cobra os juros que cobram no Brasil. Mas queria saber o número preciso: seis por cento, sete por cento?
— Eu acho que tu não tá entendendo, ô mané. Sou assaltante. Trabalho na base da intimidação e da chantagem, saca?
— Ah, já tava esperando. Você vai querer vender um seguro de vida ou um título de capitalização, né?
— Não...já falei...eu sou... Peraí bacana... hoje eu tô bonzinho e vou quebrar o teu galho.
(um minuto depois)
— Alô? O sujeito aqui tá dizendo que é oito por cento ao mês.
— Puxa, que incrível!
— Incrive por que? Tu achava que era menos?
— Não, achava que era mais ou menos isso mesmo. Tô impressionado é que, pela primeira vez na vida, eu consegui obter uma informação de uma empresa prestadora de serviço pelo telefone em menos de meia hora e sem ouvir 'Pour Elise'.
— Quer saber? Fui com a tua cara. Acabei de dar umas bordoadas no gerente e ele falou que vai te dar um desconto. Só vai te cobrar quatro por cento, tá ligado?
— Não acredito! E eu não vou ter que comprar nenhum produto do banco?
— Nadica de nada, já ta tudo acertado!
— Muito obrigado, meu senhor. Nunca fui tratado dessa...
(De repente, ouvem-se tiros, gritos)
— Ih, sujou! Puliça!
— Polícia? Que polícia? Alô? Alô?(sinal de ocupado)
— Droga! Maldito Estado: quando o negócio começa a funcionar, entra o Governo e estraga tudo!

                                                                                     Luís Fernando Veríssimo

CURIOSIDADE


NA ALEMANHA: ESCOLA COM FORMA DE GATO






terça-feira, 12 de agosto de 2014

LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO - BEIJOS

       Acredito que um pouco de humor é sempre bem vindo e vamos receber essa dose, deste nosso amigo tão incrível com as letras e sua pitada de humor. A frase RIR É O MELHOR REMÉDIO!  é bem antiga e saudável. Vamo-nos deliciar com ele:




       Queria ser um homem moderno mas tinha alguma dificuldade com o protocolo. Por exemplo: não sabia quem beijava. Quando via aproximar-se uma conhecida do casal, perguntava para a mulher, apreensivo, com o canto da boca: “Essa eu beijo? Essa eu beijo?” Nunca se lembrava.
       Para simplificar, passou a beijar todas. Conhecidas ou não. Quando lhe apresentavam uma mulher, em vez de apertar sua mão, beijava-a. Dois beijos, um em cada face.
       — Muito (muá) prazer (muá).
      Outro problema era a quantidade de beijos. Já tinha dominado os dois beijos, estava confortável com dois beijos, quando a moda passou a ser três. Um dia a mulher comentou:
       — Não sabia que você era tão amigo da Fulana (o nome verdadeiro não é este).
       — Beijo todas.
       — Quantas vezes?
       — Quem está contando?
       Às vezes ele partia para o terceiro beijo e a beijada não esperava. Ou então esperava e ele não dava, e quando ele voltava ela já recuara. Não havia nada mais constrangedor do que oferecer a face para o terceiro beijo (ou o quarto, quando a moda passou a ser esta) e o beijo não vir. Ficar, por assim dizer, com a cara no ar enquanto a mulher se afastava, rezando para que ninguém tivesse notado. O problema da vida, pensava ele, é que a vida não é coreografada.
       Aí os homens começaram a se beijar também. Tudo bem. Seu lema passou a ser: se me beijarem, eu beijo. Mas não tomava a iniciativa. Quando chegavam numa reunião, fazia um rápido levantamento dos presentes. Essa eu beijo duas vezes, essa três, esse me beija, esse não me beija, aquele já está me beijando quatro vezes…
       Na outra noite, numa recepção de casamento, a mulher comentou:
       — Você enlouqueceu?
       — Me descontrolei, pronto.
       — Você beijou todo o mundo.
       — Todo o mundo estava beijando todo o mundo.
       — Mas beijo na boca?
       — Foi só um.
       — Mas logo o padre?!
     Tomado por uma espécie de frenesi, depois de beijar uma fileira de conhecidos e desconhecidos, ele dobrara o padre pela cintura e o beijara longamente, como no cinema antigo.
Luís Fernando Veríssimo


ADELAIDE ABREU-DOS-SANTOS - ITAQUERETABA - PR - BRASIL

PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA

PESQUISA DE ADELAIDE ABREU-DOS-SANTOS

ITAQUERETABA

Lenda de vila velha no paraná
 
         Existe uma bonita lenda que conta a história da formação de Vila Velha. A lenda de Vila Velha, ou de Itacueretaba ("cidade perdida de pedra") é de domínio popular e não se sabe a proveniência da narrativa. Ela exalta a riqueza dos antigos índios que habitavam o local, numa narrativa entremeada de grandes guerreiros, amores e traições, além de tesouros legados por deuses.
           Segundo a lenda, esse recanto foi escolhido pelos primitivos habitantes para ser o Abaretama, "terra dos homens", onde esconderiam o precioso tesouro "itainhareru". Tendo a proteção de Tupã, era cuidadosamente vigiado pelos apiabas, varões escolhidos entre os melhores homens de todas as tribos. Os apiabas desfrutavam de todas as regalias, porém era-lhes vedado o contato com as mulheres, mesmo de suas próprias tribos. A tradição dizia que as mulheres, estando de posse do segredo do Abaretama, revelariam aos quatro ventos e, chegada a notícia aos ouvidos do inimigo, estes tomariam o tesouro para si.
             Dhui fora escolhido para chefe supremo dos apiabas. Entretanto, não desejava seguir aquele destino. Seu sangue se achava perturbado pelo fascínio feminino. As tribos rivais, ao terem conhecimento do fato, escolheram Aracê Poranga para tentar o jovem guerreiro e tomar-lhe o coração para conseguir o segredo do tesouro.
             Não foi difícil Aracê se apaixonar completamente por Dhui. Numa tarde primaveril, Aracê veio ao encontro de Dhui trazendo uma taça de "uirucuri", o licor de butias, para embebedar Dhui. No entanto, o amor já se assenhorava de sua razão e ela também tomou o licor, ficando ambos sob a sombra de um Ipê, languidamente entrelaçados. 
         Tupã vingou-se, desencadeando um terremoto que abalou toda a planície. Abaretama, completamente destruída, tornou-se pedra. O tesouro de ouro fundiu-se e liquidificou-se, transformando-se na Lagoa Dourada. Os dois amantes, castigados, foram petrificados um ao lado do outro. Junto a eles ficou a taça, igualmente petrificada. E foi assim que Abaretama se tornou Itacueretaba.








ALGUMAS DE SUAS BELEZAS!