quarta-feira, 22 de julho de 2020

ADELAIDE ABREU-DOS-SANTOS - ESQUILOS

Diversas espécies de esquilos
ESQUILOS

ADELAIDE ABREU-DOS-SANTOS

10 curiosidades interessantes sobre os esquilosOs esquilos pertencem a uma grande família de mamíferos roedores, de pequeno e médio porte, conhecida como Sciuridae. No Brasil, são também conhecidos como serelepe, caxinguelê, caxinxe, quatimirim, quatipuru, agutipuru ou acutipuru. Na Galiza e em algumas zonas de Portugal, também é conhecido por esquio. Os esquilos estão espalhados por quase todo o mundo, a maioria nas zonas de climas temperado ou tropical, mas também em algumas zonas de clima frio. Como todos os roedores, possui presas fortíssimas, com que roem facilmente sementes, principalmente bolotas.
Família Dos Esquilos à Terra Pequenos Aglomerados Em Torno De Seu ...
ETIMOLOGIA: "Esquilo" é uma palavra com origem no termo grego skioúros. "Caxinguelê" é oriundo do termo quimbundo kaxinjiang'elê, que significa "rato de palmeira". "Quatimirim" origina-se do termo tupi kwa'ti mi'rim, que significa "quati pequeno". "Acutipuru", "agutipuru" e "quatipuru" vêm do termo tupi acutipu'ru, que significa "cutia enfeitada"
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       File:Eastern Grey Squirrel in St James's Park, London - Nov 2006 ...

As sementes são as principais fontes de alimentação, mas também consomem insetos e frutas. Quando coletam alimento, enterram algumas sementes que encontram, sendo que algumas chegam a germinar, como pinhões e coquinhos, acabando por plantar árvores como araucária e jerivá.
15+ Different Types of Squirrels You Need to Know | Pets, Funny ...                   File:Eastern Grey Squirrel in St James's Park, London - Nov 2006 ...
Constroem ninhos com folhas e galhos, para abrigarem as suas crias da chuva e do vento, em ramos muito altos, em árvores como a cajarana. Durante a gestação, os pais preparam o ninho para receber os filhotes, que variam de 3 a 10 por ninhada. Quando adulto, as maiores espécies da família chegam a medir de 53 a 73 cm de comprimento (com a cauda) ..
                       Les 1158 meilleures images de Ecureuils Photos en 2020 | Ecureuil ...   
                 Mesmo isolados, esquilos são animais com tendências à adoção ...

Olhem só como eles se harmonizam, se escondem, são criaturas engraçadinhas e muito mimosos, aos olhos humanos. Olhem como a família fez pose para a foto. 

10 Funniest Squirrel Videos | Bichinhos fofos, Animais, Esquilo voador   
             Os Esquilos - Achas Que Sabes Tudo?

ESQUILOS VOADORES
           Esquilos. Esquilo voador. Características dos esquilos voadores ...

Os esquilos-voadores pertencem à tribo Pteromyini (família sciuridae). Existem 45 espécies dessa tribo. Os esquilos voadores são também esquilos arborícolas, no entanto são uma família com bastante particularidades.
FÓSSIL MAIS ANTIGO DE UM ESQUILO VOADOR LANÇA NOVA LUZ SOBRE A SUA ...

Esta família de esquilos é de hábitos noturnos, tendo para tal olhos grandes e bem desenvolvidos. Os esquilos voadores têm também uma anatomia muito característica, tendo uma membrana de pele que percorre o seu corpo unindo as patas dianteiras às traseiras, o que lhes possibilita fazer voos planados de uma árvore para outra, direcionando o voo com o auxílio da cauda achatada que funciona como leme. Também ao contrário dos esquilos arborícolas, os esquilos voadores muito raramente descem ao solo, pois a sua membrana não lhes permite um bom deslocamento e rapidez deixando-os bastante vulneráveis aos predadores.
       Esquilo-voador – Wikipédia, a enciclopédia livre

     Olá, eu chamo-me Gonçalo e tenho dois irmãos: o Afonso e o Eduardo. Gostamos muito de brincar nos campos ao pé de nossa casa.
Esquilo bonito dos desenhos animados, subindo em uma árvore ...
Cartoon adorable squirrel — Stock Vector © hermandesign2015@gmail ...                   FIM Biblioteca de vetores Esquilo, ilustrações Esquilo livres de ...

terça-feira, 21 de julho de 2020

RUBEM ALVES - A MENINA E O PÁSSARO ENCANTADO

A menina e o pássaro encantado - Barbie Rute - Wattpad
A menina e o pássaro encantado
Rubem alves

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.
Essas serão as 15 mais belas e exóticas aves que você já viu ...
Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades… As suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão…
Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti…
E, assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Faisão Lady
Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.
Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. As minhas penas ficaram como aquele sol, e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.
Mas chegava a hora da tristeza.
Tenho de ir dizia.
Por favor, não vás. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar…— E a menina fazia beicinho…
Eu também terei saudades dizia o pássaro. — Eu também vou chorar. Mas vou contar-te um segredo: as plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E tu deixarás de me amar.
Conheça as 10 aves exóticas mais belas - Portal dos Pássaros
Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa dessas noites que ela teve uma ideia malvada: “Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz…”
Com estes pensamentos, comprou uma linda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Ele chegou finalmente, maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro…
Pássaro Exótico Colorido Que Senta-se Em Um Ramo Seco Isolado Em ...
Ah! menina… O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias e eu esquecer-me-ei das histórias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo…
Até que não aguentou mais.
Abriu a porta da gaiola.
Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres…
VOCÊ PODE ESTAR APENAS ACOSTUMADO... - Portal Luz da Serra
Obrigado, menina. Tenho de partir. E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro de nós. Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás, para me esperar…
E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.
Que bom pensava ela o meu pássaro está a ficar encantado de novo…
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra.
Cartaz com canário voando de gaiola dourada aberta | Vetor Grátis
Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…
Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque ele deveria estar a voar de qualquer lado e de qualquer lado haveria de voltar. Ah!
Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…
E foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: “Quem sabe se ele voltará amanhã….”
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.
LITERATURA| A menina e o pássaro encantado – Rubem Alves ...
recomendações
Para o adulto que for ler esta história para uma criança:
Esta é uma história sobre a separação: quando duas pessoas que se amam têm de dizer adeus…
Depois do adeus, fica aquele vazio imenso: a saudade.
Tudo se enche com a presença de uma ausência.
Ah! Como seria bom se não houvesse despedidas…
Alguns chegam a pensar em trancar em gaiolas aqueles a quem amam. Para que sejam deles, para sempre… Para que não haja mais partidas…
Poucos sabem, entretanto, que é a saudade que torna encantadas as pessoas. A saudade faz crescer o desejo. E quando o desejo cresce, preparam-se os abraços.
Esta história, eu não a inventei.
Pin em fotos animais
Fiquei triste, vendo a tristeza de uma criança que chorava uma despedida… E a história simplesmente apareceu dentro de mim, quase pronta.
Para quê uma história? Quem não compreende pensa que é para divertir. Mas não é isso.
É que elas têm o poder de transfigurar o quotidiano.
Elas chamam as angústias pelos seus nomes e dizem o medo em canções. Com isto, angústias e medos ficam mais mansos.
Claro que são para crianças.
Especialmente aquelas que moram dentro de nós, e têm medo da solidão…
Taiwan Blue Magpie. Seen on Facebook, I don't know who the ...

As mais belas histórias de Rubem Alves
Lisboa, Edições Asa, 2003.

sábado, 18 de julho de 2020

BÊ LOPES - BIBLIOTECA

BIBLIOTECABÊ LOPES
Biblioteca de Alejandría fue en su época la más grande del mundo
BIBLIOTECA DE ALEJANDRIA


Atenção senhoras e senhores!
Vai começar uma jornada
para o reino encantado,
na biblioteca mágica Elisa Lucinda!
Psiu! Apertem os cintos.
Que a nave vai zarpar!
Zum... De repente, entramos
numa caverna,
E zap! Uau! Se transformou num castelo!
Bruxas voando risonhas
e princesas fazendo festa.
O pirata vem lutando,
com o Saci pulando com um pé.
Um avião vem caindo.
Que susto! Passou bem perto!
De repente... Bum!
As luzes se acendem!
A turma bate palmas.
Gritando e pedindo bis.
Encantados querendo ouvir
mais um capítulo do livro
de contos infantis!
Hoje é dia de festa!
Comemoramos o dia do livro!
Que nos remete ao universo
mágico das letras, da poesia,
do encantamento e da fantasia!
Parabéns amigo Livro!

16/10/2017
Photo (dustjacket attic) #photolibrary Photo … em 2019 | Sala da ...
SONHO DE BIBLIOTECA 

MEC NELSON - ARREPENDIMENTO!

ARREPENDIMENTO!
MEC  NELSON



Lágrimas rolam no meu coração
Confesso que sua morte não foi nada fácil.
Passar em frente de sua casa todos os dias, também não é.
Confesso que teria que te dar valor, enquanto você estava vivo.
Agora que você se foi, confesso que nada consigo!!!

Por todas as risadas e por todos os momentos que estive com você, a saudade bateu quando menos esperei!
Você não sabe como queria voltar no tempo...
21/11/2017
Caminho das Mensagens: Pensamento - 2581

BÊ LOPES - GOSTO


GOSTO!
BÊ LEite
bebe melancia | Fotos de bebês, Fotografia de bebês, Fotos mesversario
Bom dia!
Gosto de gente doce,
Excessivamente açucarada,
Que adoça a vida da gente,
Feito café bem forte,
Diretamente do bule,
Coado na hora.
Sou de gosto apurado,
Agradável ao paladar,
Deliciosamente suave,
Quanto mais quente... melhor!
De aroma inebriante,
Que a gente absorve aos poucos,
Bebendo pelas beiradas,
De gole em gole,
Sorvendo lentamente!
Quando vem muito fumegante,
A gente sopra um pouquinho.
E assim a gente vai,
Dando uns toques de leveza,
Menta fresca, chantilly ou cereja,
Em cada amigo que chega,
Retribuindo as delicadezas!
Os 10 nomes mais populares para crianças nascidas nos anos 1980 | Alto  Astral
FIM

quarta-feira, 8 de julho de 2020

ANÔNIMO - PELLE, O COZINHEIRO

PELLE, O COZINHEIRO
ANÔNIMO
CONTO SUECO
 Desenho de chef de menino | Vetor Premium
Era uma vez um marinheiro chamado Pelle, o qual desde longa data navegava com o mesmo patrão, mas sempre como cozinheiro, apesar de ser muito atilado, trabalhador e estimado por toda a tripulação. O patrão chegou a ter tanta confiança nele, que o deixava administrar as provisões do barco e aceitava tudo o que Pelle considerava conveniente.
Certa ocasião em que navegavam nos mares de Espanha, aconteceu que um marinheiro com o qual Pelle mantinha estreitos laços de amizade caiu pela borda fora e desapareceu nas profundezas do oceano. Não se voltou a saber dele, e Pelle, o Cozinheiro, sentiu-se extremamente amargurado durante muito tempo.
Alguns anos mais tarde, quando navegavam de novo nos mares de Espanha, mais ou menos no local onde o marinheiro desaparecera, Pelle desceu ao camarote do comandante e pediu-lhe que saldasse a sua conta, a qual era muito elevada, pois nunca lhe fizera semelhante exigência em todos aqueles anos. E acrescentou que lhe permitisse abandonar o barco.
O comandante surpreendeu-se e perguntou-lhe por que queria o dinheiro precisamente naquela altura e como tencionava deixar o barco no alto mar. No entanto, Pelle limitou-se a rogar que lhe pagasse e cedesse o bote, para poder içar a vela e afastar-se. Por fim, recebeu as piastras que lhe eram devidas, em número considerável, e a embarcação, com a qual se fez ao mar.
Desenhos das profissões para colorir - Pop Lembrancinhas
Quando ainda se encontrava à vista do barco que acabava de abandonar, um homem surgiu da água e sentou-se a seu lado sem proferir uma única palavra. Era o amigo que se afogara! Em seguida, quebrou o mutismo para lhe agradecer a sua velha amizade e declarar que desejava recompensá-lo por isso e proporcionar-lhe toda a sorte do mundo. De súbito, apareceu uma baleia enorme, que prendeu uma barbatana ao cabo da vela, após o que arrastou o bote a toda a velocidade. Depois de um longo percurso, chegaram a uma ilha desabitada. Quando Pelle, o Cozinheiro, quis desembarcar, viu que o amigo estava realmente morto, pelo que o sepultou na praia. Por último, internou-se na ilha para se inteirar do que o destino lhe reservava.
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Pouco depois, viu uma pequena galeria que se introduzia na terra e enveredou corajosamente por ela. Não tardou a achar-se a uma grande profundidade, atravessou algumas salas magníficas e deparou-se-lhe uma linda princesa, a qual, ao vê-lo, exclamou:
- Infeliz! Porque vieste aqui, onde doze piratas sanguinários me mantêm sequestrada e não tardarão a aparecer? Sou uma princesa. Convém que te faças passar por pirata, de contrário assassinam-te.
Piratas - Cia dos Gifs
Com efeito, os piratas surgiram pouco depois e perguntaram-lhe quem era.
- Um pirata como vocês - replicou Pelle.
- A parte isso, qual é o teu ofício? - insistiram.
- Sou cozinheiro.
Ficou então decidido que ficaria com eles, cozinharia e ajudaria a jovem que haviam recolhido a cuidar da casa. Em seguida, Pelle entregou-lhes voluntariamente a pesada bolsa cheia de piastras.
No dia imediato, os piratas partiram para assaltar os viajantes que faziam escala na ilha. Entretanto, Pelle lamentava profundamente a sorte da princesa, e não tardaram a amar-se e a prometer que se casariam. Ela ofereceu a Pelle metade de um anel em que estavam gravados o seu nome e o do pai, o rei, assim como um lenço que rasgara previamente ao meio, de forma que ficou com a metade que continha o seu nome e parte do do pai.
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Posto isto, Pelle, o Cozinheiro, pôs uma panela enorme ao lume, verteu nela uma parte de melaço, outra de rum e um pouco de alcatrão e deixou a mistura cozer. A seguir, colocou na mesa um anker de rum e duas tinas de açúcar. Quando os piratas regressaram, à noite, comunicou-lhes que saíra para roubar e obtivera tudo aquilo, convidando-os para provar o ponche.
- Que é isto? - perguntaram, desconfiados.
Pelle preparou com o rum e o açúcar um ponche saboroso e forte, que os outros beberam e quiseram repetir. Ele comprazeu-os sem cessar, até que ficaram tão ébrios que não se aguentavam de pé.
Serviu-lhes finalmente a sopa de melaço, rum e alcatrão a ferver e fingiu que ia transferir uma parte para os pratos. De súbito, tropeçou propositadamente e verteu em cima dos doze piratas a escaldante mistura. Acto contínuo, matou todos à paulada, foi chamar a princesa e explicou-lhe o que acontecera.
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- Agora, estamos livres! - exclamou ela.
Durante algum tempo, Pelle, o Cozinheiro, viveu feliz com ela na ilha, na sumptuosa residência dos ladrões.
No entanto, não queriam continuar ali. A princesa ansiava por regressar ao reino do pai e casar devidamente com Pelle, que agora amava com intensidade. Um dia, chegou à ilha uma embarcação vazia à deriva e Pelle, o Cozinheiro, recolheu todos os seus haveres, a prata e o ouro da gruta dos piratas e transferiu-os para lá. Em seguida, zarparam e navegaram directamente ao reino do monarca que era o pai da princesa. Entraram numa pousada e carregaram os seus tesouros em quatro coches, mas cometeram a imprudência de divulgar as suas aventuras, quando ainda se encontravam a alguns quilómetros da capital.
- Agora, estamos livres! - exclamou ela.
Durante algum tempo, Pelle, o Cozinheiro, viveu feliz com ela na ilha, na sumptuosa residência dos ladrões.
No entanto, não queriam continuar ali. A princesa ansiava por regressar ao reino do pai e casar devidamente com Pelle, que agora amava com intensidade. Um dia, chegou à ilha uma embarcação vazia à deriva e Pelle, o Cozinheiro, recolheu todos os seus haveres, a prata e o ouro da gruta dos piratas e transferiu-os para lá. Em seguida, zarparam e navegaram directamente ao reino do monarca que era o pai da princesa. Entraram numa pousada e carregaram os seus tesouros em quatro coches, mas cometeram a imprudência de divulgar as suas aventuras, quando ainda se encontravam a alguns quilómetros da capital.
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Um pouco mais tarde, passou um homem no local em que se conservava Pelle, o Cozinheiro, e levou-o a um médico. Quando se recompôs e soube o que acontecera, ficou horrorizado ante a perspectiva de a princesa ter de escolher marido entre os vagabundos. Mas isso não sucederia enquanto o monarca, que se encontrava gravemente doente, não recuperasse a saúde.
Ora, o médico de Pelle era o seu amigo, o marinheiro morto, o qual o aconselhou a conseguir trabalho na cozinha real e a aguardar o momento oportuno para mexer a sopa do rei com uma colher que lhe entregou. O monarca ficaria curado e tudo se resolveria como Pelle e a princesa desejavam.
- Nada mais posso fazer por ti - concluiu. - Obrigado pela nossa velha amizade, e adeus!
Com estas palavras, desapareceu para sempre.
Entretanto, o rei sentia-se cada vez pior e a princesa cada vez mais aterrorizada, pois os dois vagabundos desfrutavam de honras supremas na corte. Mas nessa altura contrataram Pelle como ajudante de cozinheiro do palácio, e ela exultou quando o reconheceu. Uma vez por outra, deparava-se-lhes o ensejo de conversar a sós. Ele indicou-lhe que convencesse o pai a encomendar ao chefe da cozinha uma sopa que lhe restabelecesse a saúde. A ordem foi transmitida pelo próprio rei ao cozinheiro acompanhada da ameaça de morte, na eventualidade de não ser cumprida, pelo que o homem encarou como um facto inevitável o termo iminente dos seus dias.
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Estava desesperado, sem saber o que fazer, e, por fim, revelou tudo a Pelle, porém este aconselhou-o a não se preocupar muito com a sopa destinada a Sua Majestade, pois ele próprio trataria de tudo. O chefe da cozinha duvidava seriamente de que o seu modesto colaborador lhe pudesse salvar a vida, mas deixou-o actuar livremente, e Pelle pôs a panela ao lume.
E o pasmo do homem atingiu o auge ao ver que ele se limitava a utilizar água pura. Quando o relógio badalou o meio-dia e foi necessário levar ao rei a sopa com o resto da refeição, o medo dominava-o de tal forma que não sabia o que fazer. Pelle retirou a panela fumegante do lume, mexeu o conteúdo com a colher oferecida pelo amigo morto e proferiu:
- Oxalá isto cure Sua Majestade!
Quando provou a sopa, o chefe da cozinha sentiu-se como se acabasse de nascer, e foi com confiança crescente que a levou ao quarto do rei. Este, só de aspirar o odor, ficou mais animado. A primeira colherada, encontrou-se muito melhor. A segunda, empertigou-se na cama. A terceira, manifestou o desejo de se levantar, e assim fez. No final, já com o prato vazio, considerou-se restabelecido e perguntou ao chefe da cozinha se confeccionara a sopa.
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- Não, Majestade - replicou o homem. - Esta obra-prima é da autoria de um dos meus ajudantes.
O monarca mandou chamar Pelle, o Cozinheiro, e nomeou-o encarregado de pôr a mesa, além de lhe entregar uma generosa recompensa. Assim, ele disporia de mais oportunidades de se encontrar com a princesa. No entanto, como o pai recuperara a saúde, ela tinha de escolher um dos dois vagabundos para esposo. Ao mesmo tempo, era cada vez maior a consideração do rei por Pelle, o Cozinheiro, e nomeou-o copeiro real - aquele que se postava atrás da cadeira do monarca e lhe servia o vinho. Pouco antes da data para a princesa se decidir, realizou-se um sumptuoso banquete e, no momento em que teve de servir o vinho ao rei, Pelle depositou o seu meio anel na taça de ouro, sem que ninguém se apercebesse. Ao levá-las aos lábios, o monarca ouviu um ruído metálico, pegou no pequeno objecto e viu que tinha gravado metade do seu nome e o da filha, pelo que perguntou à jovem o que acontecera à outra metade.
Belle - Belle ha aggiornato la sua immagine del profilo. | Facebook
Ela não se pôde conter mais tempo e descreveu todo o seu infortúnio e aventuras: Pelle, o Cozinheiro, copeiro do rei, salvara-a das mãos dos piratas e os dois vagabundos naquele momento sentados à mesa real, cada vez mais embaraçados, tinham-na obrigado a revelar uma versão diferente, ameaçando-a de morte.
O rei levantou-se quase de um salto e mandou encerrar estes últimos na torre, onde aguardariam o merecido castigo. A princesa mostrou a sua metade do lenço e Pelle, o Cozinheiro, imitou-a. O monarca ficou tão eufórico, que abraçou a filha e concedeu-a em matrimónio ao honrado ajudante de cozinheiro. Quando ele morreu, Pelle herdou todo o reino e aquilo que lhe pertencia, e viveu feliz com todas as honras de uma longa existência.
A BELA E A FERA - O FIM DO FEITIÇO - Wattpad

FIM

sábado, 4 de julho de 2020

IRMÃOS GRIMM - O PEQUENO ALFAIATE VALENTE

O PEQUENO ALFAIATE VALENTE

IRMÃOS GRIMM
Alfaiate de políticos e autoridades vira unanimidade no setor de ...
Numa bela manhã de verão, um alfaiate, sentando-se junto à mesa, diante da janela, trabalhava com afinco e bem humorado. Descendo a rua vinha uma camponesa apregoando:
- Geleia boa! Geleia boa!
Essas palavras soaram-lhe, agradavelmente, aos ouvidos; pondo a cabecinha delicada para fora da janela, chamou-a.
- Suba até aqui, boa mulher, que venderá a sua mercadoria.
A mulher subiu com o pesado cesto os três andares e bateu à porta do alfaiatezinho e aí teve que destapar todos os seus potes. Ele examinou-os um por um, erguendo-os contra a luz e metendo-lhes dentro o nariz. Por fim disse:
- Sua geleia parece-me boa! Pese-me duas onças boa mulher; mesmo se for um quarto de libra não faz mal. A mulher, que contava vender toda a mercadoria, deu-lhe quanto pedia, mas foi-se mal humorada e resmungando.                        Fabricação de geleia de fruta - Sebrae Respostas
- Agora, que Deus abençoe a minha geleia, - exclamou o pequeno alfaiate - para que me dê força e vigor.
Tirou pão do armário, cortou uma fatia ao comprido e passou nela a geleia.
- Deve ser deliciosa, - disse, - mas antes de meter-lhe os dentes tenho de acabar este paletó.
Pôs o pão de lado e retomou o trabalho, com tamanha alegria, que os pontos lhe saíam cada vez mais compridos. Entretanto, o cheiro de doce da geleia atingiu as paredes, recobertas por uma multidão de moscas pousadas; atraídas pelo cheiro, as moscas desceram em massa.

Geleias caseiras (sem corantes e conservantes) |
- Olá, - reclamou o alfaiate, enxotando as intrusas, - quem vos convidou? As moscas, porém, que não compreendiam a linguagem dele, não se deixavam enxotar e voltavam sempre em maior número. Por fim, como se costuma dizer, saltou-lhe a mosca ao nariz; então apanhou um pano e zás-traz, sem a menor piedade, foi batendo e gritando:
- Esperem, que vou mostrar-vos quem sou!
Quando parou de bater e retirou o pano, contou não menos de sete moscas que jaziam aí mortas, espichando para o ar as perninhas secas.
- És tão corajoso assim? - disse, admirando o próprio valor. - E' preciso que toda a cidade o saiba.
Num abrir e fechar de olhos, o pequeno alfaiate cortou um cinto, costurou-o e bordou nele as seguintes palavras em letras graúdas: "Sete de um só golpe."
Olá! Como estás?: O alfaiate valente (Irmãos Grimm)
- Qual o quê, cidade! - prosseguiu monologando, - é preciso que o mundo todo o saiba!
De tanta alegria, saltava-lhe o coração como o rabicho de um cordeirinho.
O pequeno alfaiate cingiu o cinto à cintura e decidiu correr mundo, achando que a modesta alfaiataria era pequena demais para conter tanta valentia. Antes de partir, rebuscou a casa toda a fim de certificar-se, se não havia nada para levar; encontrou apenas um queijo velho, que meteu no bolso. Diante da porta de casa, viu um pássaro emaranhado numa moita; esse também foi fazer companhia ao queijo.
Em seguida, meteu valentemente os pés no caminho, mas sendo ágil e leve, não sentia canseira. A estrada ia dar a uma montanha e, quando escalou o mais alto pico, deparou com possante gigante lá sentado, a olhar distraidamente de um lado para outro. O intrépido alfaiatezinho aproximou-se dele e disse:
O Pequeno Alfaiate Valente - historiainfantil.com.br
- Bom dia, companheiro, estás aí sentado a contemplar quão vasto é o mundo, não é? Eu estou apenas no início de minha jornada e quero experimentar minhas forças; queres vir comigo?
O gigante olhou paro ele com desprezo e disse:
- Maltrapilho, miserável!
- Deveras! - replicou o alfaiate, abrindo o paletó e mostrando o cinto, - aqui podes ler que espécie de homem sou eu.
"Sete de um só golpe," leu o gigante. Pensou tratar-se de sete homens mortos pelo alfaiatezinho e passou a ter um pouco mais de respeito por aquele homúnculo. Antes, porém, quis pô-lo à prova: pegou uma pedra na mão e apertou-a tanto que gotejou água.
- Faz o mesmo agora, - disse, - se é que tens força.
- Só isso? - disse o pequeno alfaiate, - para homem como eu, isso não passa de brincadeira.
Abaixou-se, fingindo pegar uma pedra e disfarçadamente tirou o queijo do bolso; depois espremeu-o, fazendo escorrer o caldo.
- Que tal? Isso é muito melhor, não achas?
O gigante não soube que responder, mas ainda assim não acreditava naquele homenzinho.
Então apanhou do chão uma pedra e lançou-a tão alto que o olhar não podia segui-la.
- Faz o mesmo agora, anãozinho!
- Bem lançada! - exclamou o alfaiate, - mas a pedra caiu necessariamente no chão; eu vou atirar uma que não voltará mais, verás.
Meteu a mão no bolso, pegou o pássaro e lançou-o para o ar. Feliz por estar novamente livre, o pássaro subiu, subiu e, voando sempre, desapareceu.
 - Agradou-te a peça, companheiro? - perguntou ironicamente o alfaiate.
- Atirar sabes muito bem, - disse o gigante, - mas vamos ver se és capaz de carregar um bom poso.
Levou o alfaiatezinho para junto de um grande carvalho abatido e abandonado no chão.
O Alfaiate Valente – Wikipédia, a enciclopédia livre
- Se és bastante forte, ajuda-me a carregar este carvalho para fora da floresta.
- Com muito gosto, - disse o alfaiate, - põe o tronco nos ombros, enquanto eu me encarrego da copa com os galhos, que é a parte mais pesada.
O gigante pôs o tronco no ombro e o alfaiate acomodou-se, tranquilamente, num galho. Como o gigante não podia virar-se, teve de carregar a árvore com todo o peso e mais o peso do alfaiate por acréscimo. Este, bem instalado, ia alegríssimo assobiando a canção:
"Três alfaiates cavalgam fora do portão..."
Como se carregar árvores fosse para ele brinquedo de criança.
Após ter carregado todo o peso durante longo trajeto, o gigante, não aguentando mais, gritou:
- Ouve, preciso deixar cair a árvore.
O alfaiate, com toda a agilidade, saltou e segurou a árvore com os dois braços como se realmente a tivesse carregado até aí, e disse:
- És tão grande e não podes carregar uma árvore!
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Continuaram andando e, passando por uma cerejeira, o gigante puxou a copa, que estava carregadinha de frutas maduras, entregou-a às mãos do alfaiate para que comesse, mas o pequeno alfaiate era demasiado fraco para segurá-la e, quando o gigante a soltou, a árvore endireitou-se de um golpe, jogando o pobrezinho para o ar. Caiu são e salvo, mas o gigante, surpreendido, perguntou-lhe:
- Como é isso? não tens força para segurar aquela varinha?
- Força é que não me falta, - respondeu o alfaiate; - achas que isto é coisa para um que matou sete de um só golpe? Saltei por cima da árvore porque os caçadores estão atirando nas moitas. Salta tu também, se és capaz!
O gigante experimentou, mas não conseguiu saltar por cima da árvore, ficando enroscado nos galhos e assim a vantagem continuou sendo do alfaiate.
- Desde que és tão valente, - disse o gigante, - vem à nossa caverna e pernoita conosco.
Maior portal de caverna do mundo | Gigantes do Mundo
O pequeno alfaiate seguiu-o prontamente. Chegando à caverna, encontraram outros gigantes acocorados junto do fogo; cada um deles tinha na mão um carneiro assado, que estavam comendo.
O pequeno alfaiate volveu o olhar à sua volta, pensando: "Isto aqui é bem maior que a minha alfaiataria!" O gigante indicou-lhe uma cama, dizendo que podia deitar-se e dormir sossegado. Mas a cama era demasiadamente grande para o pequeno alfaiate; por isso não se deitou, preferindo ficar agachado num cantinho, escondido.
Quando deu meia-noite, o gigante, pensando que ele estivesse dormindo profundamente, levantou-se, pegou em pesada tranca de ferro e desferiu tremendo golpe na cama, certo de ter dado cabo daquele gafanhoto. Ao amanhecer, os gigantes foram para a floresta, completamente esquecidos do pequeno alfaiate. Mas, eis que inopinadamente surge ele, feliz e galhofeiro. Os gigantes, espantados, receando que os matasse a todos, deitaram-se a fugir precipitadamente.
O pequeno alfaiate foi andando seguindo sempre o rumo que lhe apontava o nariz. Andou, andou, e foi parar no pátio de um palácio real e aí, morto de cansaço, deixou-se cair no gramado, onde adormeceu profundamente. Enquanto estava dormindo, a seu redor foi-se juntando gente; descobriram o cinto e leram: "Sete de um só golpe."
- Que nos quererá esse guerreiro aqui, em tempo de paz? - perguntavam entre si. - Deve ser, certamente, senhor muito poderoso!
Foram comunicar o fato ao rei, expressando a opinião de que, em caso de guerra, ele seria homem útil e importante, por isso não se devia a nenhum preço deixá-lo partir. Agradou ao rei tal conselho; mandou, pois, um dos cortesões aonde se achava o pequeno alfaiate para, assim que acordasse, convidá-lo a ingressar no exército real. O emissário deteve-se junto ao dorminhoco, esperou que se espreguiçasse e abrisse bem os olhos, depois transmitiu-lhe a proposta.
Palacio de Ribeira de Lisboa, construido en 1511 - Destruido por ...
- Exatamente para isso, foi que vim aqui, - disse o alfaiate; - estou pronto para entrar ao serviço do rei.
Assim foi recebido com todas as honras e foi-lhe destinado um alojamento especial.
Os guerreiros, porém, enciumados, ficaram com raiva do alfaiate e desejariam que estivesse a mil milhas dali.
- Como acabará isto? - diziam uns aos outros. - Se provocarmos briga, ele liquida sete de um só golpe; então não poderemos com ele.
Decidiram ir todos juntos à presença do rei e pedir exoneração.
- Não fomos feitos, - diziam eles, - para ficar junto de um homem que abate sete de um só golpe.
O rei entristeceu-se à ideia de perder todos os homens por causa de um só e desejou que nunca lhe tivesse aparecido; ficaria bem contente se pudesse livrar-se dele. Mas não ousava despedi-lo, com receio de que o assassinasse juntamente com todo o povo para depois se apoderar do trono. Refletiu longamente, até que por fim encontrou uma solução. Mandou dizer ao pequeno alfaiate que, como era tão grande herói, desejava fazer-lhe uma proposta.
         Numa determinada floresta do reino havia dois poderosos gigantes que vinham causando graves danos com suas rapinas, crimes e incêndios. Ninguém conseguia aproximar-se deles sem arriscar a vida. Se o herói conseguisse dominá-los e matá-los, dar-lhe-ia a filha única por esposa e metade do reino como dote; cem dos mais valorosos cavaleiros o acompanhariam para auxiliá-lo.
O pequeno alfaiate pensou com seus botões: "Para um homem como tu, seria uma coisa maravilhosa. Uma linda princesa e metade de um reino são coisas que não se oferecem todos os dias!" Então respondeu:
- Está bem, dominarei e matarei os gigantes. Não preciso do auxílio dos cem cavaleiros; quem
O alfaiate pôs-se a caminho, seguido pelos cem cavaleiros. Quando chegou à orla da floresta, disse à comitiva:
- Podeis ficar esperando aqui; com os gigantes, eu me arranjarei sozinho.
                                              Contos de Encantar: O alfaiate valente
Depois embrenhou-se pela floresta a dentro, olhando à direita e à esquerda. Não tardou muito, descobriu os dois gigantes que dormiam deitados debaixo de uma árvore e roncavam tanto que os galhos oscilavam. O pequeno alfaiate, com a máxima rapidez, encheu os bolsos de pedras e agilmente trepou na árvore. Chegando ao meio da copa, deixou-se escorregar por um galho até ficar bem por cima dos dorminhocos e daí ia deixando cair pedra após pedra sobre o peito de um dos gigantes. Durante algum tempo este nada sentiu, mas por fim acordou e, dando com o cotovelo no companheiro, disse-lhe:
- Por que me bates?
- Estás sonhando? - respondeu o outro, - eu não te estou batendo!
Deitaram-se, novamente, e retomaram o sono interrompido; o pequeno alfaiate então atirou uma pedra no segundo gigante.
- Que é isso? - gritou ele sobressaltado, - por que me atiras pedras?
- Não te estou atirando coisa nenhuma, - resmungou o primeiro.
Discutiram um pouco, mas como estavam muito cansados, acalmaram-se e tornaram a fechar os olhos. O pequeno alfaiate recomeçou o jogo, escolheu a pedra maior e atirou-a com toda força no peito do primeiro gigante.
- Isso já é demais! - rugiu ele.
Levantou-se como um possesso e empurrou o companheiro contra a árvore, que estremeceu toda. O companheiro pagou com igual moeda. Completamente enfurecidos, arrancavam as árvores, batendo-se com elas, e tanto brigaram, tanto se espancaram que acabaram caindo mortos os dois. Então o pequeno alfaiate pulou da árvore dizendo:
- Que sorte a minha não terem eles arrancado a árvore onde me achava! Senão teria que pular de uma para outra como um esquilo; mas os iguais a mim são bem espertos!
Desembainhou a espada, desferiu alguns golpes certeiros no peito de cada um deles; depois foi correndo contar aos cavaleiros:
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- Está pronto; despachei os dois, mas foi duro. Naquele espaço apertado eles se viram obrigados a arrancar as árvores para se defenderem. Que adianta, porém, quando aparece um como eu, que abate sete de um só golpe!
- E não estais ferido? - perguntaram admirados os cavaleiros.
- Isto aqui é de boa raça, - pilheriou o alfaiate; - nem um cabelo sequer me torceram.
Os cavaleiros não podiam acreditar, por isso internaram-se na floresta e lá depararam com os dois gigantes nadando em sangue e, em toda a volta, jaziam as árvores arrancadas.
O pequeno alfaiate exigiu do rei a prometida recompensa; mas o rei, arrependido da promessa, pensou noutro meio para desvencilhar-se do indesejado herói.

- Antes de receber minha filha e metade do meu reino, - disse-lhe, - tens de levar a cabo outra façanha. Anda pela floresta um grande unicórnio, fazendo estragos irreparáveis; tens de pegá-lo.
30 Melhores Ideias de O alfaiate valente | Alfaiate, Valente ...
- Ora, um unicórnio me assusta muito menos que dois gigantes. Sete de um só golpe é o que serve para mim!
Muniu-se de corda e machado e dirigiu-se para a floresta, ordenando, ainda desta vez, que a escolta o aguardasse do lado de fora. Não teve de procurar muito; o unicórnio logo apareceu, avançando diretamente contra o alfaiate com o firme propósito de atacá-lo, sem muitas cerimônias.
- Devagar! devagar! - disse ele, - não é preciso tanta pressa!
Ficou firme, esperando até que o animal estivesse bem perto e, quando o viu chegar decidido, saltou agilmente para trás da árvore. O unicórnio arremessou-se contra ela com toda as forças e enfiando o chifre no tronco, tão solidamente, que não conseguiu retirá-lo e aí ficou preso.
- Apanhei o passarinho! - disse o alfaiate, saindo de trás da árvore.
Laçou o unicórnio pelo pescoço com a corda, cortou- -lhe o chifre com o machado e, estando tudo pronto, saiu puxando o animal, que foi entregar ao rei.
Nem desta vez, o rei se deu por vencido e não quis dar-lhe a recompensa prometida; exigiu outro ato de bravura. Antes de realizar as bodas, devia o alfaiate capturar um javali que vinha causando grandes estragos na floresta; para isso teria o auxílio dos caçadores.
            O alfaiate valente
- Com a maior boa vontade, - disse o alfaiate; - isso não passa de um brinquedo de criança.
Não quis levar os caçadores para a floresta, o que muito os alegrou, pois o javali, muitas vezes, os recebera de molde a tirar-lhes a vontade de defrontar-se com ele.
Quando o javali avistou o alfaiate, correu para ele arreganhando os dentes e, com a boca cheia de espuma, tentava jogá-lo no chão. Mas, ágil e esperto, o herói pulou para dentro de uma capela, que havia perto, e, de um salto, saiu pela janela.
O javali entrara atrás dele dentro da capela, mas o alfaiate, com a máxima rapidez, deu volta e fechou a porta, prendendo dentro a fera enfurecida, a qual, por ser muito gorila o estúpida, não podia saltar pela janela como fizera o alfaiate. Este chamou os caçadores para que vissem com os próprios olhos o prisioneiro; depois foi ao rei que, querendo ou não, se viu obrigado a cumprir a promessa feita e dar-lhe a filha e mais a metade do reino.
Se pudesse adivinhar que não era nenhum herói esse homem, mas um simples alfaiate, teria ficado infinitamente mais aborrecido. As bodas, todavia, foram realizadas com grande pompa, mas com pouca alegria, e de um alfaiate fez-se um rei.
          Histórias da Vovó Moina: A história de Rip Van Winkle
Decorrido algum tempo, a rainha ouviu certa noite o marido dizer em sonho:
- Menino, anda, cose-me o gibão e remenda-me as calças, se não queres que te dê com o metro nas orelhas.
Ela, então, percebeu de onde tinha saído esse jovem senhor, e, na manhã seguinte, foi queixar-se ao rei seu pai, pedindo-lhe que a livrasse daquele tipo, que mais não era do que um pobre alfaiate. O rei confortou-a dizendo:
- Na próxima noite, deixa aberta a porta do quarto de dormir; do lado de fora, estarão postados os meus criados; assim que ele estiver dormindo, entrarão; depois, bem amarrado, eles o levarão para um navio que o conduzirá para muito longe.
A jovem rainha ficou muito satisfeita; mas o escudeiro do jovem rei, que tudo ouvira, sendo-lhe muito afeiçoado, revelou-lhe toda a conspiração.

- Tomarei minhas providências, - disse o pequeno alfaiate.
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A noite foi deitar-se com a mulher como de costume. Esta, quando o supôs adormecido, levantou-se de mansinho e abriu a porta; depois voltou a deitar-se. O pequeno alfaiate, que fingia dormir, pôs-se a gritar:
- Menino, cose-me o gibão e remenda-me as calças, se não te darei com o metro nas orelhas! Matei sete de um só golpe, matei dois gigantes, capturei um unicórnio e um javali; devo, pois, ter medo daqueles que estão aí fora, à porta do meu quarto?
Ao ouvirem o alfaiate falar assim, os guardas ficaram apavorados e deitaram-se a correr, como se perseguidos por uma legião de fantasmas. E ninguém mais ousou aproximar-se-lhe.
E foi assim que o pequeno alfaiate ficou sendo rei por toda a vida.
O pequeno alfaiate valente

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